domingo, 22 de junho de 2014

Assassinaram o futebol em Bogotá. 20 anos da morte de Escobar


O ano era 1994.

Copa do Mundo nos Estados Unidos.
Para mim foi a ultima grande Copa. Não por ser na terra do Tio Sam, nem por ter um dos mascotes mais legais, mas porque foi o ano em que pudemos ver juntos, em um mesmo torneio, craques como Maradona, Hagi, Stoichkov, Matthäus, Romário, Milla, Baggio, Preud'Homme, Etcheverry, Valderrama, entre outros. Se listar aqui todos os grandes nomes faltarão caracteres.

A 'Grande Copa' foi marcada por grande jogos e, lembro bem, originou até um filme, que inclusive assisti no cinema, chamado 'Todos os corações do mundo'.
Estes mesmos corações que ao longo do torneio vibraram com seus ídolos em campo, também choraram, antes mesmo do final da Copa.
Antes de continuar vamos voltar um pouco no tempo, para que os esquecidos se lembrem e para que os mais nóis conheçam a história.
Em 94 a Colômbia tinha aquela que, sem sombra de dúvidas, foi a maior e melhor seleção se sua história. Em seu plantel estavam Higuita, Rincón, Valderrama e Asprilla. Era conhecida como 'A Colômbia de Ouro'. Foi ao Mundial como candidata ao título, principalmente após os resultados nas eliminatórias Sulamericanas, destacando uma incontestável vitória por 5-0 sobre a Argentina em pleno Monumental, em Buenos Aires. Além dos astros já citados 'La Dorada' contava com uma defesa segura, liderada por Escobar. Não o Pablo. 
Andres Escobar era um zagueiro técnico, daqueles que orientam o time e tranquilizam a defesa. Com 1,84 de altura, era imponente na área. Difícil de passar por ele.

Voltando à Copa de 94, no dia 22 de junho a Colômbia enfrentou a seleção anfitriã. Os colombianos, apesar de terem perdido a partida para a Romênia do maestro Hagi, eram favoritos mas a seleção norte-americana estava empolgada por jogar em casa e contar com o apoio de sua apaixonada torcida. Favoritismo contra empolgação. 
Aos 35' do primeiro tempo os EUA atacaram pela esquerda. Há um cruzamento. Uma bola em que i goleiro chegaria. Mas Escobar tentou cortar. Pegou mal na bola. Gol contra. O segundo gol dos gringos foi questão de tempo. Nos acréscimos a Colômbia ainda descontou. Final de jogo: 2-1 Estados Unidos. Colômbia eliminada.
E voltou para casa.

Os apreciadores do bom futebol não acreditavam no que viam. Uma das favoritas estava fora já na segunda partida. 
Mas a derrota latina não seria só dentro de campo.
2 de julho daquele mesmo ano. A Copa ainda estava em andamento e o mundo amanheceria com a notícia da morte de Escobar.
O zagueiro forte e imponente tombou ao ser atingido por 12 tiros. Cada tiro era acompanhado por um grito de gol proferido por seu algoz.
A morte nunca teve confirmada ligações com narcotráfico ou apostas ilegais, mas suspeita-se que fora encomendada por apostadores que teriam perdido muito dinheiro no jogo contra os EUA.
Um gol contra.
12 tiros.
'A Colômbia de Ouro' cai.
O futebol morre.


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Hoje a morte de Escobar completa 20 anos.



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