Ossos, músculos, tecidos, muita água e um cérebro.
Vamos falar um pouco deste último e indispensável item.
O cérebro comanda todas as funções do seu corpo, desde o piscar de olhos até o complexo processo de digestão. Ele permite que as pessoas caminhem, respirem, dancem, se reproduzam e pensem. Pensar é tão importante quanto fazer a digestão. Pensar faz com que o homem evolua, aprenda, pratique e, depois de fazer muita coisa errada, possa ensinar aos outros. O aprendizado, consequência do pensamento e do ensino de alguém que evoluiu para tal, torna as pessoas mais inteligentes, sábias e capazes de discernir entre o bem e o mal, o certo e o errado, Inter e Grêmio, Pepsi e Coca-Cola.
Porém, esta inteligência não é nada sem algo muito importante: a educação.
Não é necessário ser inteligente para ser educado. E nem todo mundo que é inteligente é educado.
Difícil, né?
Mas qual o motivo desta divagação no estilo Jorge Furtado sobre atributos do ser humano? Bom, vou explicar.
Sou estudante de Jornalismo no turno da noite. Nos turnos da manhã e da tarde trabalho em uma Universidade, "casualmente" a mesma em que estudo. Tenho meu emprego e estudo em uma das melhores Universidades do Brasil. Não tenho do que reclamar. Mas há algo que, de certa forma, me preocupa. No primeiro semestre do curso, logo na aula de estréia da disciplina de Introdução ao Jornalismo, o professor deu a seguinte recomendação:
- Façam estágios! Busquem a qualificação durante a graduação de vocês.
Então pensei: como vou estagiar se trabalho em dois turnos e estudo no outro? Não, eu não poderia sair do meu emprego, pois é dele que sai o meu aluguel, minha graduação, minhas roupas, meu alimento, etc...
Então, pensando cá com os meus botões, concluí:
- Sempre é preciso de um Jornalista (estudante ou graduado) nos finais de semana.
BINGO!!!! Aí estava a solução para o meu problema, certo?
ERRADO.
Não imaginava que seria tão difícil encontrar alguma vaga para atuação nos finais de semana.
Mas o que me deixou extremamente chateado, e motivou esta postagem, foi um contato que fiz com um grande Jornalista gaúcho que já foi repórter da Veja, IstoÉ, Estadão e RBS. Também foi vencedor de um Prêmio Esso. Talvez você já saiba de quem se trata, mas não citarei seu nome.
Entrei em contato com a publicação em que ele atua e recebi um retorno imediato, solicitando que ligasse na manhã seguinte. Foi um bom sinal, uma possibilidade muito festejada.
Na manhã seguinte, ligo para a editoria e o próprio Jornalista me atende. Converso por alguns minutos até que explico minha situação, de disponibilidade nos finais de semana. Transcrevo a resposta que ouví:
"Hahahaha. Assim não, meu querido. Deste jeito tu desonra a 'catiguria'. Tu me pede uma coisa e diz que não pode comparecer. Assim tu não consegue entrar em lugar nenhum. É como se eu levasse uma china para a cama, tirasse a roupa e não hora H ela fechar as pernas. Como é que vou estuprá-la assim? Gurizão, é a mesma coisa que tu tá fazendo comigo. Não faz assim!"
Agradeci a oportunidade da conversa e desliguei o telefone.
Aquilo ficou martelando na minha cabeça por alguns minutos, até que resolvi postar o corrido.
Não consegui a vaga, e talvez não consiga uma oportunidade até a minha formatura. Mas o episódio serviu como aprendizado.
Aprendi que não importa o que você fez, os prêmios que venceu ou para quem escreveu se não tens educação o suficiente para merecer tais conquistas.
O Ministério das Comunicações adverte: A Língua-Solta nã faz bem para sua imagem.
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